Em resposta a fraudes, o Ministério do Trabalho vai
passar a exigir as digitais dos beneficiários para pagar o seguro-desemprego.
O sistema biométrico deve entrar em vigor em até
dois anos.
A iniciativa pretende evitar crimes como o
cometido por quadrilha desarticulada nesta quinta-feira (8) suspeita de causar
prejuízo de R$ 30 milhões com fraudes no seguro-desemprego, o maior golpe na
história do benefício "Se o sistema biométrico já existisse, essa
fraude com certeza não teria acontecido, pois cada um dos fraudadores se fazia
passar por 20 pessoas", afirmou Rodolfo Torelly, secretário de Políticas
Públicas de Emprego substituto, em coletiva.
Segundo a Polícia Federal, o grupo formado há cinco
anos em São Paulo usava documentos falsos para declarar a contratação e
demissão de funcionários para pedir o benefício. A investigação concluiu que as
empresas envolvidas no esquema e os requerentes do seguro-desemprego também
eram falsos.
O inquérito policial teve início em outubro do ano
passado após a comunicação do Ministério do Trabalho sobre as suspeitas de
fraudes. Foram identificadas até o momento 287 companhias envolvidas no
esquema.
O MTE estima que a fraude possa superar R$ 30
milhões. Outros R$ 7 milhões deixaram de ser pagos nos últimos meses da
investigação devido ao compartilhamento de informações entre técnicos do MTE e
da PF para aperfeiçoar os sistemas de controle.
Na operação, foram apreendidos documentos pessoais
falsos, documentos de empresas, carimbos, computadores e quatro veículos usados
pelos suspeitos. Quatro pessoas foram presas em Uberlândia.
A operação desta manhã foi batizada de Chakal em
referência ao pseudônimo usado pelo grupo em cadastros em órgãos públicos. A
ação envolve 70 policiais federais e sete técnicos do Ministério do Trabalho.
Eles cumprem mandados de busca e apreensão em São
Paulo, Ribeirão Preto (SP), Jaboticabal (SP), Uberlândia (MG), Catalão (GO) e
Gurupi (TO).
A Polícia Federal e o MTE preferiram não divulgar
os meios pelos quais identificaram a fraude "para que ações futuras tenham
o mesmo sucesso".
Folha de São Paulo
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