CONTORNOS FEMININOS SE TRANSFORMAM EM UMA TELA NO MUSEU
O Coletivo
Pi é famoso por realizar performances e intervenções urbanas ousadas e
efêmeras na cidade de São Paulo, unindo diferentes linguagens, como
teatro, dança, performance e artes
visuais, para compor suas criações. Recentemente o Coletivo se apresentou pela
primeira vez no Rio de Janeiro, com uma passagem potente e emblemática pelas
cidades de Teresópolis e Nova Friburgo, com a intervenção urbana “Entre
Saltos”. Agora o Coletivo pretende surpreender o público carioca novamente, com
sua performance chamada “Contornos”,
em que quatro mulheres criam uma tela ao vivo, pintada com os próprios corpos.
Cada performer se banha em tinta de cor diferente e pinta uma tela a partir de
seus movimentos corporais, deixando contornos coloridos. A performance integra
a programação da Maratona Cultural
Cidade Olímpica, que celebra o marco de um ano para o início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, com diversas atividades
gratuitas que acontecerão na Praça da Cinelândia durante o dia todo. O Coletivo Pi se apresenta às 15h00 no Pátio
do Museu Nacional de Belas Artes.
“Para nós, fazer Contornos dentro do Museu
Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, é uma grande experiência e também
muito representativa, pois lá estão os nomes e obras de grandes artistas da
nossa história, referências em nossos estudos enquanto artistas, além de
estarmos saindo pela primeira vez de São Paulo com este trabalho. A tela ficará
exposta no pátio interno até domingo, deixando a memória de nossos corpos.”
Comenta Natalia Vianna, performer.
“Quando recebemos o convite do Minc para
participar de um evento relacionado às Olimpíadas, imediatamente eu propus
trocar algumas cores de Contornos para fazer referencia as cores da bandeira
brasileira. Pensei nas diversas mulheres que ainda hoje são excluídas de
inúmeras modalidades esportivas, e nas nossas corajosas pioneiras que abriram
os caminhos em tempos em que um time feminino de futebol era “sacrilégio”.
Fazer essa performance na Maratona
Cultural Cidade Olímpica é para mim também uma forma de homenagear essas
esportistas e lembrar por exemplo de mulheres como Elane dos Santos, ex-capitã da seleção feminina de futebol, que
participou de três copas do mundo e vestiu durante doze anos a camisa do
Brasil, e hoje é motorista de ônibus no subúrbio do Rio e vive com uma renda de
menos de dois salários mínimos.” Explica Priscilla
Toscano, performer e diretora do Coletivo
PI.
A performance é uma celebração, que une
diversas linguagens artísticas: a performance, a dança, a música e as artes
visuais, além dos elementos da streetart como o stencil de contornos femininos
que iniciam a feitura da tela. O trabalho acompanha a perspectiva de pesquisa
em site specific do Coletivo PI, sendo desenvolvido em
diálogo com o espaço da ação. A performance pode ser realizada numa grande tela
ou em muros e paredes da cidade, ganhando contornos próprios a cada realização.
Nesta apresentação, por ser uma obra aberta, pretende-se trabalhar com as cores
da bandeira do Brasil, dialogando com a temática das Olimpíadas e em referência
às atletas mulheres que marcaram e marcam a história do esporte brasileiro.
Contornos nasceu da ideia da diretora Pâmella Cruz e teve sua estreia em maio
de 2014 na programação da Virada
Cultural de São Paulo, sendo realizado no Sesc Vila Mariana em uma grande tela branca montada em estrutura de
box truss. Em 2015, o trabalho foi redefinido e entrou na programação do Sesc Ipiranga no mês de janeiro, dentro
da programação de comemoração do aniversário da cidade de São Paulo, sendo
apresentando duas vezes na rua lateral do Sesc em tapumes de madeira fixados
nos portões da unidade. Em fevereiro
deste ano foi realizado em sala fechada, como galeria, na Universidade Mackenzie, pintando com os corpos todas as paredes do
espaço. Por fim, em abril, fez parte da festa performativa ¡VengaVenga! Giramundo, sendo realizado no espaço Nos Trilhos por meio de tela fixada
abaixo de um viaduto.
Roni Adame
|
COLETIVO PI – PERFORMANCE E INTERVENÇÃO
O Coletivo Pi criado em 2009, pelas atrizes e diretoras Pâmella Cruz e Priscilla Toscano, é um núcleo de performance e intervenções
urbanas que realiza intervenções e ações híbridas, trabalhando nas fronteiras
das linguagens: teatro, vídeo, instalações plásticas, dança, entre outras. O
núcleo é formado também por Natalia
Vianna, Chai Rodrigues, Mari Sanhudo e Jean Carlo Cunha.
A pesquisa do grupo tem como
base o diálogo entre o artista e o espaço na construção de formas poéticas que
representem e transformem um espaço (físico ou imaginário), resgatando
memórias, discutindo suas funções e propondo novas percepções nas relações
entre o sujeito e a cidade. E um dos objetivos do coletivo, é pensar e realizar
intervenções e performances sob a ótica do gênero feminino, reafirmando a rua e
locais utilizados cotidianamente como espaços da experiência, memória e
afetividade.
Em 2013, o Coletivo PI recebeu o Prêmio FUNARTE - Mulheres nas Artes Visuais,
com a performance urbana “Entre Saltos”, chegando a reunir cerca de 150 pessoas
atuando em cada uma de suas ações, passando por cidades como São Paulo,
Campinas/SP, Porto Alegre/RS e Salvador/BA.
Fruto deste trabalho é o
documentário “Entre Saltos”, que
apresenta um panorama geral das quatro ações, realizadas. Entre os
entrevistados estão a representante da Associação
das Mulheres Guerreiras de Campinas, Denise
Martins, que defende a proposta de regulamentação da prostituição; e a
artista plástica mexicana Ana Tereza
Fernández, que foi uma das convidadas especiais do projeto.
Já em 2014, com grande
sucesso de público, realizou temporada do seu espetáculo inspirado em
pensadores como Michel Foucault e Zygmunt Bauman, chamado “O retrato mais que óbvio daquilo que não
vemos”, resultado de sua ocupação artística na Casa das Caldeiras.
Em 2015, realizou a
performance Contornos, no Sesc Ipiranga e Universidade Presbiteriana Mackenzie, questionando o corpo feminino
na sociedade e suas marcas, criando uma tela pintada com seus corpos. Em
parceria com o SESC-SP, realizou temporada
da intervenção “Na Faixa”, propondo
uma reflexão sobre as relações com a terceira idade na sociedade contemporânea.
Viajou por diversas cidades de São Paulo, realizando intervenções efêmeras,
promovendo encontros de gerações, na faixa de pedestres, surpreendendo
motoristas e passantes. Também em 2015, realizou a série de Saraus Culturais sobre
"Literatura Feminina Contemporânea", no espaço histórico Casa das Rosas, em São Paulo.
Em Julho, o Coletivo Pi se apresentou pela primeira
vez no Rio de Janeiro. Com sua intervenção “Entre
Saltos” fez uma passagem histórica e emblemática pelas cidades de Teresópolis e Nova Friburgo, durante o Festival
de Inverno do Sesc Rio, ocupando as ruas para discutir o gênero feminino.
No próximo sábado, o Coletivo Pi volta ao Rio de Janeiro, para apresentar pela
primeira vez a sua performance Contornos, no pátio do Museu Nacional de Belas
Artes.
SERVIÇO
Performance Contornos – O
Coletivo Pi participa da Maratona Cultural Cidade Olímpica e apresenta sua
performance Contornos, que questiona de forma poética os contornos que definem
e segregam a mulher na sociedade. Serão quatro mulheres utilizando seus corpos
para deixar suas marcas em uma tela, montada no Pátio do Museu Nacional de
Belas Artes. A Maratona Cultural celebra o marco de um ano para o início dos
Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, e com essa
performance o coletivo faz referência à todas as atletas mulheres que marcaram
e ainda marcam o esporte brasileiro.
Quando: 08/08/2015 – às 15h00 (Recomenda-se
chegar com certa antecedência)
Onde: Museu Nacional de Belas Artes - Avenida Rio
Branco, 199 - Centro, Rio de Janeiro - RJ,
20040-008 - (21) 2219-8474. (pátio interno do museu)
Duração: 30 minutos - Entrada Gratuita
FICHA TÉCNICA
Criação e Produção Geral: Coletivo PI
Performers: Chai Rodrigues, Natalia Vianna,
Pâmella Cruz e Priscilla Toscano
Partitura Corporal: Marcelo D'Ávilla e Ednei Reis
Equipe de Produção: Jean Carlo Cunha e Mari Sanhudo
Mais
informações na página do Coletivo Pi – www.coletivopi.com.br //
Facebook: Coletivo Pi
Nenhum comentário:
Postar um comentário