segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O COLETIVO PI APRESENTA PERFORMANCE NO PÁTIO DO MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES, REFERENCIANDO TODAS AS ATLETAS MULHERES QUE FIZERAM HISTÓRIA





O Coletivo Pi participa da Maratona Cultural Cidade Olímpic com a performance Contornos, que questiona de forma poética os contornos que definem e segregam a mulher na sociedade. Serão quatro mulheres utilizando seus corpos para deixar suas marcas em uma tela, montada no Pátio do Museu Nacional de Belas Artes. A Maratona Cultural celebra o marco de um ano para o início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, e com essa performance o coletivo faz referência à todas as atletas mulheres que marcaram e ainda marcam o esporte brasileiro.


CONTORNOS FEMININOS SE TRANSFORMAM EM UMA TELA NO MUSEU

O Coletivo Pi é famoso por realizar performances e intervenções urbanas ousadas e efêmeras na cidade de São Paulo, unindo diferentes linguagens, como teatro,  dança, performance e artes visuais, para compor suas criações. Recentemente o Coletivo se apresentou pela primeira vez no Rio de Janeiro, com uma passagem potente e emblemática pelas cidades de Teresópolis e Nova Friburgo, com a intervenção urbana “Entre Saltos”. Agora o Coletivo pretende surpreender o público carioca novamente, com sua performance chamada “Contornos”, em que quatro mulheres criam uma tela ao vivo, pintada com os próprios corpos. Cada performer se banha em tinta de cor diferente e pinta uma tela a partir de seus movimentos corporais, deixando contornos coloridos. A performance integra a programação da Maratona Cultural Cidade Olímpica, que celebra o marco de um ano para o início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, com diversas atividades gratuitas que acontecerão na Praça da Cinelândia durante o dia todo. O Coletivo Pi se apresenta às 15h00 no Pátio do Museu Nacional de Belas Artes.

“Para nós, fazer Contornos dentro do Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, é uma grande experiência e também muito representativa, pois lá estão os nomes e obras de grandes artistas da nossa história, referências em nossos estudos enquanto artistas, além de estarmos saindo pela primeira vez de São Paulo com este trabalho. A tela ficará exposta no pátio interno até domingo, deixando a memória de nossos corpos.” Comenta Natalia Vianna, performer.

O trabalho surgiu da ideia de criar uma grande parede branca com as marcas de corpos, imprimindo cor e movimento, usando a materialidade do corpo como instrumento principal para feitura da tela, deslocando a importância da obra para o momento de sua criação, valorizando o processo e não apenas o produto final. A ação tem inspiração na pintura gestual de Jackson Pollock, cuja pintura era fruto de uma composição de movimentos e gestos, em que o artista entra na obra e dá vasão ao ato espontâneo de criar. Outra referência é a artista contemporânea Heather Hansen. Ela une a dança e o desenho, criando grandes telas simétricas por meio de performance em que pinta com seu corpo as telas, usando carvão e os movimentos coreográficos.

“Quando recebemos o convite do Minc para participar de um evento relacionado às Olimpíadas, imediatamente eu propus trocar algumas cores de Contornos para fazer referencia as cores da bandeira brasileira. Pensei nas diversas mulheres que ainda hoje são excluídas de inúmeras modalidades esportivas, e nas nossas corajosas pioneiras que abriram os caminhos em tempos em que um time feminino de futebol era “sacrilégio”. Fazer essa performance na Maratona Cultural Cidade Olímpica é para mim também uma forma de homenagear essas esportistas e lembrar por exemplo de mulheres como Elane dos Santos, ex-capitã da seleção feminina de futebol, que participou de três copas do mundo e vestiu durante doze anos a camisa do Brasil, e hoje é motorista de ônibus no subúrbio do Rio e vive com uma renda de menos de dois salários mínimos.” Explica Priscilla Toscano, performer e diretora do Coletivo PI.

A performance é uma celebração, que une diversas linguagens artísticas: a performance, a dança, a música e as artes visuais, além dos elementos da streetart como o stencil de contornos femininos que iniciam a feitura da tela. O trabalho acompanha a perspectiva de pesquisa em site specific do Coletivo PI, sendo desenvolvido em diálogo com o espaço da ação. A performance pode ser realizada numa grande tela ou em muros e paredes da cidade, ganhando contornos próprios a cada realização. Nesta apresentação, por ser uma obra aberta, pretende-se trabalhar com as cores da bandeira do Brasil, dialogando com a temática das Olimpíadas e em referência às atletas mulheres que marcaram e marcam a história do esporte brasileiro.

Contornos nasceu da ideia da diretora Pâmella Cruz e teve sua estreia em maio de 2014 na programação da Virada Cultural de São Paulo, sendo realizado no Sesc Vila Mariana em uma grande tela branca montada em estrutura de box truss. Em 2015, o trabalho foi redefinido e entrou na programação do Sesc Ipiranga no mês de janeiro, dentro da programação de comemoração do aniversário da cidade de São Paulo, sendo apresentando duas vezes na rua lateral do Sesc em tapumes de madeira fixados nos portões da unidade.  Em fevereiro deste ano foi realizado em sala fechada, como galeria, na Universidade Mackenzie, pintando com os corpos todas as paredes do espaço. Por fim, em abril, fez parte da festa performativa ¡VengaVenga! Giramundo, sendo realizado no espaço Nos Trilhos por meio de tela fixada abaixo de um viaduto.


Roni Adame
Contornos é uma reflexão poética sobre o corpo/matéria e a identidade/feminilidade. A performance encara o corpo como nosso território, a materialidade de nossa existência e pensa sobre os contornos femininos, como eles definem e segregam, quais as possibilidades transitórias de um corpo que é território, quais os carimbos que deixamos ou levamos em nossa relação com a cultura/cidade, que também é território, porém coletivo. É uma performance inusitada, que interfere no espaço e deixa a tela como lembrança viva de uma celebração.

COLETIVO PI – PERFORMANCE E INTERVENÇÃO


O Coletivo Pi criado em 2009, pelas atrizes e diretoras Pâmella Cruz e Priscilla Toscano, é um núcleo de performance e intervenções urbanas que realiza intervenções e ações híbridas, trabalhando nas fronteiras das linguagens: teatro, vídeo, instalações plásticas, dança, entre outras. O núcleo é formado também por Natalia Vianna, Chai Rodrigues, Mari Sanhudo e Jean Carlo Cunha.
A pesquisa do grupo tem como base o diálogo entre o artista e o espaço na construção de formas poéticas que representem e transformem um espaço (físico ou imaginário), resgatando memórias, discutindo suas funções e propondo novas percepções nas relações entre o sujeito e a cidade. E um dos objetivos do coletivo, é pensar e realizar intervenções e performances sob a ótica do gênero feminino, reafirmando a rua e locais utilizados cotidianamente como espaços da experiência, memória e afetividade.
Em 2013, o Coletivo PI recebeu o Prêmio FUNARTE - Mulheres nas Artes Visuais, com a performance urbana “Entre Saltos”, chegando a reunir cerca de 150 pessoas atuando em cada uma de suas ações, passando por cidades como São Paulo, Campinas/SP, Porto Alegre/RS e Salvador/BA.
Fruto deste trabalho é o documentário “Entre Saltos”, que apresenta um panorama geral das quatro ações, realizadas. Entre os entrevistados estão a representante da Associação das Mulheres Guerreiras de Campinas, Denise Martins, que defende a proposta de regulamentação da prostituição; e a artista plástica mexicana Ana Tereza Fernández, que foi uma das convidadas especiais do projeto.
Já em 2014, com grande sucesso de público, realizou temporada do seu espetáculo inspirado em pensadores como Michel Foucault e Zygmunt Bauman, chamado “O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos”, resultado de sua ocupação artística na Casa das Caldeiras.
Em 2015, realizou a performance Contornos, no Sesc Ipiranga e Universidade Presbiteriana Mackenzie, questionando o corpo feminino na sociedade e suas marcas, criando uma tela pintada com seus corpos. Em parceria com o SESC-SP, realizou temporada da intervenção “Na Faixa”, propondo uma reflexão sobre as relações com a terceira idade na sociedade contemporânea. Viajou por diversas cidades de São Paulo, realizando intervenções efêmeras, promovendo encontros de gerações, na faixa de pedestres, surpreendendo motoristas e passantes. Também em 2015, realizou a série de Saraus Culturais sobre "Literatura Feminina Contemporânea", no espaço histórico Casa das Rosas, em São Paulo.
Em Julho, o Coletivo Pi se apresentou pela primeira vez no Rio de Janeiro. Com sua intervenção “Entre Saltos” fez uma passagem histórica e emblemática pelas cidades de Teresópolis e Nova Friburgo, durante o Festival de Inverno do Sesc Rio, ocupando as ruas para discutir o gênero feminino. No próximo sábado, o Coletivo Pi volta ao Rio de Janeiro, para apresentar pela primeira vez a sua performance Contornos, no pátio do Museu Nacional de Belas Artes.
SERVIÇO
Performance Contornos – O Coletivo Pi participa da Maratona Cultural Cidade Olímpica e apresenta sua performance Contornos, que questiona de forma poética os contornos que definem e segregam a mulher na sociedade. Serão quatro mulheres utilizando seus corpos para deixar suas marcas em uma tela, montada no Pátio do Museu Nacional de Belas Artes. A Maratona Cultural celebra o marco de um ano para o início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, e com essa performance o coletivo faz referência à todas as atletas mulheres que marcaram e ainda marcam o esporte brasileiro.
Quando: 08/08/2015 – às 15h00 (Recomenda-se chegar com certa antecedência)
Onde:  Museu Nacional de Belas Artes - Avenida Rio Branco, 199 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20040-008 - (21) 2219-8474. (pátio interno do museu)
Duração: 30 minutos - Entrada Gratuita

FICHA TÉCNICA
Criação e Produção Geral: Coletivo PI
Performers: Chai Rodrigues, Natalia Vianna, Pâmella Cruz e Priscilla Toscano
Partitura Corporal: Marcelo D'Ávilla e Ednei Reis
Equipe de Produção: Jean Carlo Cunha e Mari Sanhudo
Mais informações na página do Coletivo Pi – www.coletivopi.com.br // Facebook: Coletivo Pi

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