O
secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia, concedeu, na manhã
desta sexta-feira (09/05), uma entrevista coletiva sobre a greve na rede
estadual de ensino, anunciada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação
(Sepe). Na ocasião, o secretário ressaltou que considera o movimento
inoportuno, já que todos os itens acordados com o Supremo Tribunal
Federal (STF) foram cumpridos.
- Ficamos surpresos com o anúncio, já que as reuniões de negociação com os sindicatos estão ocorrendo. O próximo encontro do Grupo de Trabalho está marcado para o dia 12 deste mês. O problema é que o Sepe se recusa a participar – disse o secretário.
O secretário destacou que não foi notificado oficialmente sobre a greve, o que, de acordo com
a orientação jurídica, deve ocorrer 48 horas úteis antes do movimento.
Uma nova reunião com o ministro Luiz Fux está marcada para a próxima
terça-feira (13/05).
- O mais importante é saber que a nossa rede continua trabalhando. No último dia 7, quando foi anunciada a paralisação, nenhuma escola fechou. Dos 75 mil professores, apenas 302 faltaram. A rede está
comprometida em gerar resultados, em não deixar o aluno sem aula. Este
ano, por conta da Copa do Mundo, teremos um calendário apertado. Caso o movimento se concretize, infelizmente, o maior prejudicados será o aluno.
Em
relação ao reajuste, Risolia explicou que a proposta é de que seja de
8%. No entanto, antes da aprovação, o processo passa pela Casa Civil e
por uma votação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
- O que posso garantir é que haverá reajuste com aumento real. A nossa proposta teve como referência o percentual concedido no ano passado, mas vai depender da aprovação na Alerj.
Quanto
à reivindicação sobre um terço da carga horária para planejamento,
Risolia ressaltou que, atualmente, está de acordo com o estabelecido
pelo Conselho Nacional de
Educação. Na rede estadual, cada hora-relógio em sala de aula equivale a
50 minutos. Os professores com jornada de 22 horas, único grupo que
possui uma defasagem na carga horária, a Seeduc oferecerá uma
compensação financeira.
Sobre
a situação dos professores regentes, o secretário destacou que, em
2013, 84% dos docentes trabalhavam em apenas uma escola. Este ano, esse
número passou para 93%. Isso significa que apenas 7% lecionam em duas
escolas ou mais. Segundo Risolia, a proposta é ter, em cinco anos, 100%
dos professores com uma matrícula por escola.
-
A Secretaria propôs que essa solução fosse discutida com toda a
categoria, pois beneficiaria uns e causaria transtornos para outros, já
que 80% dos docentes têm carga horária de 16 horas semanais. No entanto,
até hoje não recebemos propostas dos sindicatos para resolver a
questão. É inegável que conquistamos grandes avanços nos últimos anos,
principalmente com a implantação das escolas de Ensino Médio Integral – ressaltou.
Ainda
durante a entrevista, Risolia disse que ratifica a posição do STF, de
que não é possível reduzir carga horária dos funcionários
administrativos sem reduzir salários.
- Por uma questão jurídica, não podemos reduzir a carga horária de um profissional. Esse assunto foi discutido na reunião com o Supremo e, por haver uma restrição legal, nem consta no acordo firmado.
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