Os professores da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiram entrar em greve a
partir da próxima segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia realizada
nesta terça-feira, no campus do Maracanã, com a participação de cerca de 300 profissionais.
A direção da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) já vinha debatendo a
possibilidade de paralisação no segundo semestre, mas o movimento foi
antecipado após o governo do estado entrar com uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin) que contesta o pagamento de triênios aos
servidores estaduais.
Os docentes afirmam
que estão há 11 anos sem reposição da inflação e as perdas salariais chegam a
60%. Eles pedem um reajuste imediato de 22% e a criação de um plano de
recomposição dos salários. Outra reivindicação diz respeito a implantação do
regime de trabalho em dedicação exclusiva. Segundo a Asduerj, a instituição é a
única grande universidade do país que ainda não possui a modalidade.
— Já existia uma
insatisfação grande entre os professores, porque as duas principais pautas, que
são a implantação da dedicação exclusiva e a recomposição salarial, não foram
atendidas pelo governo. Ao entrar com a Adin contra os triênios, que estão
previstos na Constituição Estadual, esse movimento foi acelerado. O forte apoio
dos estudantes nos deu conforto também para parar as atividades agora — afirmou
o presidente da Asduerj, Guilherme Mota.
A criação do regime
está prevista na Lei estadual 5343/2008, que estabeleceu o atual plano de
carreira da Uerj. Em agosto do ano passado, os conselhos superiores da
universidade enviaram ao governo o anteprojeto para implantação da dedicação
exclusiva. De acordo com o sindicato, o texto está parado na Secretaria
estadual de Planejamento e Gestão, que precisa encaminhá-lo para a Assembleia
Legislativa (Alerj). A Asduerj também quer a regularização da situação
trabalhista dos professores substitutos.
Fonte: O Globo
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