segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Inédito no Brasil, Centro de Trauma do Idoso fará do Rio referência no atendimento de pacientes da 3ª idade


O Governo do Estado dá nesta segunda-feira (22) um importante passo no atendimento de pacientes com mais de 60 anos: a inauguração do Centro Estadual do Trauma do Idoso (CETI). Com este projeto inédito no país, o Rio de Janeiro passa a ser uma referência nacional no atendimento desses pacientes. O modelo do serviço foi elaborado com base em pesquisas científicas internacionais, que constataram que se operado em até 48h, o idoso vítima de trauma tem mais chances de voltar a ter uma vida normal, com sua locomoção mantida. Foram investidos mais de R$ 3,7 milhões neste serviço.
Por meio de uma parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, foi preparado para abrigar o Centro de Trauma. Foram feitas reformas no centro cirúrgico, criados 30 leitos de enfermaria, cinco leitos de CTI e reforço no quadro de médicos especializados, com 17 ortopedistas e sete anestesistas para atender pacientes acima de 60 anos com quadro de fratura de fêmur proximal, que é o tipo mais comum de trauma entre pessoas com mais de 60 anos.
- Ter um serviço exclusivo de atendimento ao idoso é um grande avanço para o estado. A parceria com a Ordem São Francisco já trouxe 120 leitos a mais para o atendimento de pacientes de outras especialidades. Vamos ampliar ainda mais esta parceria. Isso ajuda a desafogar as emergências dos hospitais e melhorar a qualidade de atendimento - afirma o governador Sérgio Cabral.
O Centro começa a funcionar em outubro recebendo pacientes referenciados de outros hospitais estaduais e as cirurgias serão realizadas em até 48 horas, o chamado tempo de ouro para o sucesso de todo processo. A ideia é estender progressivamente para outras unidades de emergência da rede pública, abrangendo a capital e a Região Metropolitana. O protocolo para este atendimento referenciado foi criado para ser seguido com rigor e, assim, garantir o sucesso das cirurgias e recuperação do paciente. Para isso, o serviço contará com quatro ambulâncias exclusivas para fazer essa remoção rápida entre os hospitais. A intenção é diminuir o tempo médio de internação dos atuais 10 dias para quatro dias.

- A criação Centro Estadual de Referência do Trauma do Idoso representa um avanço para o estado. Este projeto inédito tem o objetivo de oferecer o melhor tratamento possível à população da terceira idade que cresce no mundo todo e demanda cuidados especiais. O Rio tem hoje a segunda população mais idosa do país, com 13% das pessoas com mais de 60 anos e a diminuição do tempo de realização da cirurgia para até 48 horas após o paciente dar entrada na unidade de saúde e do tempo de internação reduzem muito o risco de complicações e sequelas – explica o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes.
Primeira paciente - Dona Therezinha Zoellner , de 81 anos, é a primeira paciente a ser operada no Centro de Trauma na tarde desta segunda-feira . Após sofrer uma queda em casa, ela veio referenciada do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e chegou ao CETI ontem. Além dela, outras duas pacientes já estão na unidade, a dona Jeorgina Pereira, de 83 anos, e a dona Cleonice Conceição, de 81 anos, todas com fratura no fêmur.
Acompanhamento pós-cirúrgico – Os pacientes operados no Centro de Trauma do Idoso terão dois destinos após a cirurgia: a alta médica ou a continuidade de recuperação em outra unidade. Os pacientes que estiverem aptos a receber alta no prazo definido pelo protocolo, serão posteriormente acompanhados por equipe multidisciplinar em consultas de retorno no próprio CTI até a alta ambulatorial. A Secretaria de Estado de Saúde já está estudando a possibilidade de, numa segunda fase do projeto, oferecer home care aos pacientes que necessitarem.
Já os pacientes que não puderem receber alta após a cirurgia, serão transferidos para continuidade de tratamento no Hospital Estadual Eduardo Rabello, em Campo Grande, referência no estado no tratamento de médio prazo em idosos.
Referência científica - Pesquisas internacionais indicam que a partir de 50 anos o risco de fratura dobra a cada cinco anos; 50% das mulheres sofrerão fratura de quadril aos 90 anos de idade. Sem intervenção cirúrgica em até 48h, 50% dos pacientes idosos vítimas de trauma precisam usar muletas e 23% morrem em até 12 meses.
Aumento na demanda – A ideia da criação do Centro de Trauma para Idosos é atender aos casos ortopédicos que cada vez mais chegam às grandes emergências da rede; motivados, na maioria dos casos, por quedas em casa ou na rua. Por conta da alta demanda de cirurgias de emergência nas unidades de saúde, em especial politraumatizados, muitas vezes esses idosos ficam internados por longos períodos, aguardando pela cirurgia.

O objetivo da unidade é garantir um atendimento exclusivo, a fim de diminuir sequelas e permitir uma recuperação mais rápida, fundamental para pacientes acima de 60 anos.

Governo do RJ investe também em pesquisa sobre envelhecimento - O Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe Pró-Idoso), em funcionamento desde abril de 2012, é um projeto da Secretaria de Estado de Saúde, gerenciado pelo Instituto Vital Brazil (IVB), que tem como objetivo congregar profissionais de saúde, universidades e sociedade civil para realizar estudos, pesquisas e protocolos na área do envelhecimento, com perspectiva de melhorar a qualidade de vida dos idosos.
O Cepe também tem a finalidade de ser um espaço de discussão de temas relacionados e capacitar profissionais e cuidadores envolvidos na atenção ao idoso, por meio de debates, cursos e seminários abertos a profissionais de saúde e ao público em geral. É uma iniciativa pioneira no sentido de procurar conhecer melhor a realidade da saúde do idoso no Rio de Janeiro. Os estudos possibilitarão novas propostas de políticas públicas voltadas para o cidadão idoso e a capacitação dos profissionais de saúde e outras categorias profissionais em cuidados geriátricos e gerontológicos.
O Cepe só recebe idosos encaminhados pela atenção primária. Os idosos são avaliados por equipes multidisciplinares, compostas por geriatra, enfermeira, neuropsicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social e terapeuta ocupacional. A atividade subsidia a pesquisa, o ensino e a proposição de políticas públicas para a superação dos desafios do envelhecimento.

 http://www.saude.rj.gov.br

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