» Fotos: Cris Torres
Escola atrai alunos das zonas rural e urbana
O Centro Interescolar de Agropecuária José Francisco Lippi está entre as escolas
mais tradicionais do município de Teresópolis. Com 76 anos de
atividades, a unidade vem se destacando pelos resultados obtidos no
Ideb, Enem e Iderj e, principalmente, pelo desenvolvimento de projetos
agrícolas voltados para a formação consciente dos alunos com a
sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2013, a escola superou a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb), de 4,6, atingindo 4,9 pontos. No mesmo ano, a unidade
alcançou a melhor média entre as escolas públicas de Teresópolis, com
508,37 pontos, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ficando acima
da média geral da rede estadual do Brasil, que era de 484,19 pontos. O
CIA José Francisco Lippi também atingiu a meta do Iderj, de 3,3 pontos.
Os resultados foram divulgados em 2013, referentes ao ano de 2012.
-
As famílias da região acompanham os resultados da escola. Temos
diversos casos de pais que já chegam aqui sabendo das nossas notas e
querem trazer o filho, que está matriculado na rede privada de ensino,
para estudar em nossa unidade. Isso é muito gratificante. É um estímulo
para trabalharmos melhor, cada vez mais – comentou orgulhosa a diretora
geral, Marlene Cupertino.
Outra
área de destaque da escola é o fomento à educação ambiental. São
desenvolvidas diversas práticas pedagógicas voltadas para a reciclagem,
como a compostagem, que reutiliza os resíduos orgânicos do refeitório
para a alimentação animal e produção de adubo; a reutilização de garrafas pet para a criação de canteiros para o cultivo de plantas medicinais; o reaproveitamento de caixas de leite
e suco como vasos para a produção de mudas, entre outras atividades. A
unidade conta com coletores seletivos que estimulam e facilitam o
processo da reciclagem.
O
espaço Eco Sustentável, inaugurado na sexta-feira (06/06), também irá
proporcionar aos estudantes o desenvolvimento de oficinas em prol da
preservação ambiental. No setor, serão criadas peças de artesanatos a
partir de latas e caixas recicladas e, principalmente, será produzido
sabão, a base de óleo vegetal reutilizado.
Os alunos aprovam o projeto pedagógico e explicam como a escola vem contribuindo para a formação pessoal e profissional.
- Com o curso técnico, passei a ter uma visão mais
consciente e responsável com a natureza. O que antes ia para o lixo e
acabava poluindo o meio ambiente, hoje é fonte renda. Nós aprendemos a
reutilizar e tornar lucrativo objetos e resíduos que seriam descartados –
explicou Alana Faria, de 17 anos, aluna do Módulo II do curso Técnico
em Agropecuária.
-
Antes de estudar no CIE José Francisco Lippi, eu não tinha ideia da
escola, nem mesmo sabia qual área eu queria seguir profissionalmente. A
escola abriu meus olhos e despertou meu interesse pela Agronomia. Hoje,
tenho certeza de que quero trabalhar com novos métodos de plantio –
afirmou Guilherme Abreu, de 17 anos, aluno do 3º ano.
O colégio, que está localizado em Venda Nova, 3º Distrito de Teresópolis, conta com
cerca de 900 alunos, atendendo ao 9º ano do Ensino Fundamental e todo o
Ensino Médio, além do curso técnico em Agropecuária. Inserida em uma
área total de 19.428 m², a instituição destina 12.000 m² para as
atividades agrícolas, entre elas, horta escolar, estufa de hidroponia,
fruticultura, cultivo de hortaliças e plantas ornamentais, minhocário,
desenvolvimento de piscicultura, avicultura e apicultura. Além dessa estrutura,
a unidade conta com seis pavilhões que abrigam salas de aula, sala de
vídeo, biblioteca, laboratório de Informática e de Química, cineclube,
quadra poliesportiva, ferramentário, estação climatológica e um museu
vivo, que apresenta os ciclos econômicos do Brasil, ao longo da sua
história.
A
professora do curso de Técnico em Agropecuária, Cláudia Fortes, que
mora em Campo Grande, na Zona Oeste da capital fluminense, há 208 km de
distância da escola, explica que o sacrifício é compensado pelo carinho
que sente pelo colégio.
-
O principal motivo que me prende aqui é a filosofia educacional. Não
sei se faria por outra, mas por essa escola eu faço. Até os alunos
formados, que já estão no mercado de trabalho, voltam para trabalhar voluntariamente – disse emocionada.
Para
Marlene Cupertino, esse resultado é fruto do trabalho que vem sendo
desenvolvido ao longo dos anos por toda equipe. Mas a diretora ainda
quer mais.
- Nosso ideal é conseguir o apoio necessário para oferecer mais oportunidades aos jovens. Devido à grande procura
por capacitação e ao crescimento do mercado do turismo na região,
pretendemos investir em novos cursos. Estrutura nós temos. Tenho certeza
de que vamos conseguir – finalizou.
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