Comlurb anuncia demissão de 300 garis que não compareceram ao trabalho
A Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb), da
prefeitura, iniciou nesta manhã (4) o processo de demissão de 300
funcionários que não compareceram ao trabalho para o turno das 19h desta
segunda-feira (3).
De acordo com a companhia, a demissão está
prevista na Cláusula 65 do acordo firmado entre a companhia e o
Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do
Município do Rio de Janeiro. Quem voltou ao trabalho terá os dias
parados abonados.
O acordo firmado ontem entre a categoria e a
Comlurb prevê 9% de aumento salarial para os cerca de 15 mil garis da
cidade. O piso salarial inicial será R$ 874,79, mais 40% de adicional de
insalubridade que elevará o salário para R$ 1.224,70. Além do aumento
salarial, o acordo estipula mais 1,68% no Plano de Cargos, Carreiras e
Salários, com progressão horizontal, bônus de 100% na hora extra para
quem trabalhar nos domingos e feriados, mantendo o direito à folga, como
já é previsto em lei; plano odontológico, ampliação do prêmio do seguro
de vida de R$ 6,3 mil para R$ 10 mil, aumento do vale-alimentação de R$
12 para R$ 16, auxílio-creche para ambos os sexos e acordo de
resultados possibilitando um 14º e 15º salários.
A empresa diz
que, por lei, as duas partes tinham até o dia 31 de março para fechar um
acordo, “mas tendo em vista o movimento de um grupo sem
representatividade que vinha interferindo na rotina do trabalho de
limpeza da Comlurb nos últimos dias, a companhia e o sindicato
aceleraram as negociações e definiram itens importantes da pauta de
reivindicações”.
Por sua vez, o movimento grevista alega que o
sindicato não representa a categoria e vinha negociando com a prefeitura
sem as devidas consultas em assembleias. Um dos porta-vozes da comissão
de greve, Alexandre Paes, informou que um novo protesto está marcado
para esta tarde na Central do Brasil, no centro da cidade.
“Essas
demissões foram uma covardia, mas nós não desistiremos. Estamos aqui na
Central do Brasil e vamos protestar e a greve vai continuar”, disse.
Os
grevistas reivindicam aumento do salário, que atualmente é R$ 803 para
R$ 1,2 mil, aumento do tíquete-refeição de R$ 12 para R$ 20 por dia, a
volta do pagamento do triênio e do quinquênio, “que nos foram tirados”
entre outras reivindicações, algumas já atendidas pela contra-proposta,
como o auxílio-creche para ambos os sexos.
C/AGÊNCIA BRASIL
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