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quarta-feira, 5 de março de 2014
Garis em greve prometem fazer uma nova manifestação nesta quarta-feira
Fonte; O Dia
Athos Moura
e Luarlindo Ernesto
Os garis em greve promotem fazer uma nova
manifestação nesta quarta-feira. O ato está programado para ocorrer ao
meio-dia na Rua Major Ávila, na Tijuca, Zona Norte, em frente à sede da
Comlurb. O grupo também pretende marcar presença na apuração dos
desfiles das escolas de samba do Carnaval, no Sambódromo. Na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas, as ruas
permancem completamente tomadas pelo lixo. O cheiro do material, não
retirado durante todo o Carnaval, começa a tomar conta do Centro do Rio.
A mesma situação era vista em Madureira, na Zona Norte. Catadores
vasculham os lixos não recolhidos, espalhando os resíduos e
emporcalhando ainda mais as vias. Alguns funcionários da Comlurb
realizam o trabalho de limpeza das ruas da cidade. Na Rua Ibituruna, na Tijuca, garis foram
impedidos de trabalhar por grevistas. De acordo com o dono de um bar
localizado na rua, os funcionários realizavam a limpeza quando um grupo à
paisana chegou, conversou e convenceu os trabalhadores de interromper a
varrição. Cerca de 300 garis começam a ser demitidos Após três dias da greve que paralisou a coleta
na cidade no Carnaval, deixando as ruas inundadas de lixo, a Comlurb
endureceu o tratamento com os grevistas. Conforme antecipara, iniciou
ontem o processo de demissão de cerca de 300 garis que estariam forçando
colegas a aderir à paralisação iniciada no sábado. Porém, parte deles
decidiu manter os braços cruzados, em assembleia pela manhã.
Garis em greve se reuniram na Central do Brasil nesta terça-feira
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
A normalização das atividades,
segundo o grupo dissidente, só será feita caso a Comlurb aceite proposta
de aumento do piso salarial de R$ 874 para, no mínimo, R$ 1.200 (fora o
adicional de insalubridade, de 40%) e que sejam oferecidos benefícios
como vale-alimentação e licença-prêmio e aumento do valor do
tíquete-refeição.
Em reunião da categoria, na Central do Brasil,
mais de 200 garis lançaram gritos de ordem como “Eeeeeê, neste Carnaval,
o prefeito vai varrer (pausa). Sozinho!”. Alguns deles seguiram para a
sede da prefeitura, na Cidade Nova, para tentar nova reunião com
representantes da Comlurb. Eles afirmam não estar de acordo com a
negociação com o sindicato, que obteve na segunda-feira, aumento de 9%
no piso, chegando a R$ 874,79, mais 40% de adicional de insalubridade, e
benefícios como plano odontológico, aumento do tíquete-refeição de R$
12 para R$ 16 e gratificação de 14º e 15º salário por resultados. As
medidas entram em vigor a partir de abril.
Gari em greve recebe carta de demissão
Foto: Divulgação
A Comlurb está enviando cartas aos
garis para que compareçam a sua sede na Tijuca na quinta-feira, para
formalizar a rescisão, em função de faltas injustificadas dias 3 e 4, de
acordo com decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que declarou
a greve ilegal no último sábado, e a cláusula 65 do acordo firmado com o
sindicato. A empresa informou que as operações já foram retomadas em
áreas como Centro (especialmente Avenida Rio Branco, Aterro e
Sambódromo) e na Zona Sul.
No entanto, até o início da tarde, o cenário
era desolador para moradores e visitantes, com papeleiras cheias, lixo
no chão, sacos à espera de coleta e muito mau cheiro no ar. Em ronda de
mais de uma hora pelas zonas Norte e Sul, equipe do DIA não avistou
nenhum varredor, a não ser em um trabalho de coleta na Avenida
Atlântica. Profissionais, que não estavam uniformizados, retiravam
apenas as sacolas maiores. Para garantir a segurança, a Guarda Municipal
e a PM foram acionadas. Depois dos blocos, mais sujeira No dia de ontem, último dia oficial do
Carnaval, com 87 blocos nas ruas, a situação se agravou. Na Zona Sul,
onde se concentra boa parte deles, porteiros como Luiz Claudio Gomes não
viram a presença de garis. “Desde sábado, nem sinal deles. Eu estou
varrendo e, agora, estou preocupado para saber se vão recolher o lixo”,
contou o funcionário de um prédio na Bartolomeu Mitre, no Leblon. No Aterro do Flamengo, horas antes do desfile
do bloco Orquestra Voadora, o espaço já estava repleto de plástico e
papel, ainda dos últimos blocos como Sargento Pimenta, que se apresentou
na segunda. Na Lapa e arredores do Sambódromo, a quantidade de sacolas
de lixo chegava a centenas. TRT valida demissão em greve ilegal Advogado trabalhista há 43 anos, José Ribamar
Garcia explicou que a demissão em massa pode ser feita pela Comlurb
depois que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) declara a greve ilegal,
o que ocorreu no sábado. “O advogado da empresa precisa procurar o
setor de dissídio coletivo do TRT, que marcará uma reunião de
conciliação. Se não houver acordo e a autoridade judiciária determinar a
ilegalidade da greve, a empresa pode demitir por justa causa. Do
contrário, qualquer medida tomada pela empresa é anulada e os
funcionários demitidos, são reintegrados pela Justiça”, disse. Há dez anos na Comlurb, Anderson Santos, 33,
diz que não voltará ao trabalho. “O presidente (do sindicato) nem gari
é. Tenho duas filhas e, se não fosse minha mulher, elas estariam
passando fome. Trabalho quase todo domingo e não há gratificação. Está
cada vez pior. Não vou voltar, só se pagarem mais. Não adianta me
assustar com esse papo de demissão”, disse.
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