Em solenidade realizada nesta segunda-feira, dia 26, no plenário do Órgão Especial do Tribunal de Justiça
do Rio, a juíza Ivone Caetano tornou-se a primeira mulher negra a
ocupar o cargo de desembargadora da Justiça do Estado. Titular da Vara
da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital por 10 anos, ela foi
promovida, pelo critério de merecimento, na vaga decorrente da
aposentadoria do desembargador José Carlos de Figueiredo. A magistrada
foi saudada pela presidente do Tribunal de Justiça do Rio,
desembargadora Leila Mariano, que destacou a relevância do fato para o
Judiciário fluminense.
Segundo a
presidente do TJ, o nome da desembargadora Ivone Caetano está ligado à
superação, à esperança, à possibilidade de mudar o destino. A
desembargadora Leila Mariano lembrou a origem humilde da magistrada, mas que
teve uma mãe que a ajudou a vencer as dificuldades, aliado ao seu
esforço e dedicação aos estudos. “Quero cumprimentá-la pela sua
trajetória e pelo exemplo que Vossa Excelência dá a todos nós, às
crianças do nosso país”, afirmou.
Tendo como padrinhos os desembargadores Luiz Zveiter e Gizelda Leitão
Teixeira, Ivone Caetano foi aplaudida com entusiasmo por uma plateia
composta por magistrados, promotores, defensores públicos, familiares,
amigos e diversas autoridades do Estado que lotavam o plenário.
A desembargadora Ivone Caetano foi designada para atuar na 25ª Câmara Cível/Consumidor e, de acordo com
a presidente do TJRJ, começará um novo horizonte, pois irá decidir as
causas dos consumidores, que exigem muito dos desembargadores. “Os
números são incomensuráveis e crescem a cada dia. Vossa Excelência vai
dar a resposta esperada”, ressaltou.
Casada, com dois filhos e um neto, Ivone Caetano ingressou no Judiciário fluminense em 1993, como servidora, no cargo de comissária de justiça. No ano seguinte, passou no concurso para a magistratura, vindo a se destacar como defensora dos direitos das crianças
e adolescentes, inicialmente em Belford Roxo, e depois na Vara da
Infância e da Juventude de São João de Meriti, onde desenvolveu o
Programa Justiça Terapêutica. Em dezembro de 2004, foi a primeira mulher
a ocupar o cargo de titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital.
“Chegar ao ápice da carreira é maravilhoso para qualquer profissional.
Da forma como eu cheguei foi muito difícil e muito duro mas, em
qualquer situação, com autoestima, você consegue. Eu acho que eu sou um
exemplo para aqueles que estão chegando, para eles verificarem que
também podem”, afirmou a nova desembargadora do TJ do Rio.
Compareceram à solenidade a pocuradora-geral do Estado do Rio, Lúcia
Léa Guimarães Tavares; a deputada federal Benedita da Silva, o
procurador de justiça Márcio Mothé Fernandes, o procurador-geral da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Hariman Dias de
Araújo; o defensor público-geral
do Estado, Nilson Bruno Filho; o presidente da Associação dos
Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Rossidélio Lopes da
Fonte; as delegadas Marta Rocha e Monique Vidal, dentre outras
autoridades.
(M.C.O./A.B)
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