terça-feira, 21 de agosto de 2012

Plateias Hospitalares: nova rodada de risos e alegria a partir de segunda-feira


 Cinco unidades da rede estadual de saúde recebem a visita dos grupos teatrais da ONG Doutores da Alegria. Projeto já realizou mais de 30 apresentações só em 2012

A partir de segunda-feira (20/08), o projeto Plateias Hospitalares iniciou nova etapa de apresentações nas unidades da rede estadual de saúde. Parceria firmada em 2009 entre a ONG Doutores da Alegria e a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o projeto leva arte, por meio de apresentações teatrais, musicais e circences até sete unidades hospitalares.

A semana começa no Hospital Estadual Santa Maria, às 11h. Segue na terça-feira (21/08), às 14h, no Hospital Estadual Tavares de Macedo; na quarta-feira (22/08), às 14h, no Hospital Estadual Alberto Torres; e na quinta-feira (23/08), às 15h, no Hospital Estadual Eduardo Rabelo. As apresentações prosseguem na última semana de agosto.

O Plateias Hospitalares é um desafio mesmo para a experiente equipe dos Doutores: é a primeira vez que os artistas incluem adultos e idosos na plateia. Antes eles só frequentavam as alas de pediatria dos hospitais.

- Com o Plateias Hospitalares chegamos a adultos e idosos, não apenas às crianças. Precisamos levar em consideração as particularidades de cada hospital, escolher que música tocar, que cenário usar, é tudo diferente. É a ampliação da nossa missão – avalia o coordenador artístico do Doutores da Alegria, Fernando Escrich.

Ao longo de 2012, a ONG já levou atores, músicos e palhaços a cerca de 30 apresentações, num rodízio mensal entre sete unidades de saúde. As visitas começaram em março.

Um dia do Plateias Hospitalares - As lágrimas de dona Teresinha de Aquino eram uma mistura de alegria e tristeza. Numa sala do Hospital Estadual Eduardo Rabelo, em Campo Grande, pessoas de todas as idades refletiam em seus rostos sentimentos tão diferentes quanto complementares. No palco improvisado, quem despertava boas lembranças no público era a Companhia Flor no Peito, que levou ao hospital o espetáculo “Triciclo”, uma fábula sobre a amizade entre dois palhaços contada através de teatro de bonecos e música ao vivo.

- Meu marido está internado aqui. É triste pois ele está sofrendo e eu não posso fazer nada. A peça serviu para descontrair. Amei eles terem vindo! Estou voltando a ser criança. É um momento de respiro nesses dias tão difíceis. Sentimos o carinho, alento, respeito e compreensão dos artistas – afirmou dona Teresinha, de 64 anos, que fez questão de abraçar e beijar os atores ao final da apresentação.

Hospitais participantes - Na etapa 2012, participam do projeto as seguintes unidades: Hospital Estadual Rocha Faria, Hospital Estadual Tavares de Macedo, Hospital Estadual Azevedo Lima, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes e Hospital Estadual Alberto Torres, além do Hospital Estadual Eduardo Rabelo. A programação é formada por sete espetáculos selecionados pela ONG por meio de edital. As apresentações acontecem uma vez por mês em cada unidade.

Os artistas selecionados fazem adaptações de linguagens, cenário, música, sempre levando em conta o espaço em que o trabalho será apresentado e o público. Para as unidades que não contam com teatro, por exemplo, é escalado o grupo Bando de Palhaços, com seis artistas que visitam os pacientes leito a leito. Seja em cima de um palco ou percorrendo as enfermarias, os artistas nunca passam despercebidos, despertando emoções e, em alguns casos, influenciando na melhora de quem está internado.

- É gostoso ouvir o relato dos profissionais sobre o impacto desse trabalho no cuidado que eles têm e das reações dos pacientes. Houve uma coordenadora de enfermagem que nos contou de um paciente internado no CTI há dias sem interação e que, com a entrada delicada do grupo de palhaços, movimentou os dedos das mãos, respondendo ao canto dos artistas – lembrou a psicóloga Tatiana Clarkson, da equipe de Humanização da SES e uma das responsáveis pela parceria com a ONG.


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