A
Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai
apresentar em agosto um Plano Estadual de Assistência Estudantil para
Universidades do Rio de Janeiro. A medida pretende solucionar, entre
outras demandas, o valor das bolsas de cotista nas universidades
estaduais do Rio – que varia atualmente entre R$300 e R$400, e é
considerado insuficiente pelos alunos. O presidente do colegiado,
deputado Comte Bittencourt (PPS), explicou
que o objetivo do plano é uniformizar a política de assistência ao
aluno que necessita do apoio financeiro para se manter no curso. Ele
será proposto através de um projeto de lei. “A gente percebe que cada
universidade, por falta de uma padronização e de uma política única, vem
adotando critérios diferenciados que prejudicam o aluno. A universidade
é o local que fomenta a inteligência do estado e não pode ser tratada
desta maneira”, avalia o parlamentar. A decisão foi tomada durante
audiência pública realizada nesta quarta-feira (04/06).
Falta de alojamento e bolsas de
auxílio insuficientes foram algumas das principais reclamações dos
alunos das três universidades estaduais do Rio - Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Estadual do Norte Fluminense e
(Uenf) e Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) - presentes
na reunião. Os alunos cotistas da Uenf recebem, por mês, uma bolsa no
valor de R$ 300, como conta o representante do Diretório Acadêmico
Estudantil (DCE) da instituição, Braulio Fontes. “Esse valor é
insuficiente. Precisamos pagar aluguel, alimentação e material escolar. É
óbvio que, com esse valor, não é possível”, reiterou.
Alunos da Uezo recebem o mesmo
benefício que os alunos da Uenf. Já a Uerj paga R$ 100 a mais na bolsa,
mas impede que cotistas acumulem bolsas de pesquisa e iniciação
científica, o que, para representantes do DCE da universidade, é uma
injustiça. “Isso acaba causando uma linha de separação entre cotistas e
não cotistas, o que é retrógrado e errado. Uma bolsa não tem nada a ver
com a outra, não é cabível que o aluno bolsista seja punido por precisar
de ajuda do estado. Com certeza acabar com essa medida será uma das
propostas que o DCE vai apresentar à comissão”, desabafou o
coordenador-geral do DCE da Uerj, David Gomes.
Os representantes dos diretórios acadêmicos terão até o dia 15 de julho para encaminhar as demandas de cada universidade para a comissão. Feito isso, será criado o projeto de lei e apresentado na Casa. “Nossa principal bandeira hoje é a criação de uma política de assistência estudantil no nosso estado. E para essa luta ser concretizada, a gente precisa do auxílio de todos os universitários do estado. Esperamos que essa abertura aqui na Alerj seja o primeiro passo dessa luta”, concluiu a presidente do DCE da Uezo, Paula Lima. Os deputados Marcelo Freixo (Psol) e Clarissa Garotinho (PR) também estiveram presentes na reunião.
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