O
vice-presidente do sindicato que reúne os empresários de ônibus da
capital (Rio Ônibus), Otacílio Monteiro, revelou nesta terça-feira
(03/06) que os cerca de 9 mil coletivos que circulam no Rio terão botões
de pânico para que os motoristas alertem a polícia em casos de ataque
de vândalos e criminosos. A novidade foi anunciada durante audiência da
Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O sistema já é adotado na frota
que circula pelos corredores expressos Transoeste e Transcarioca e,
segundo o dirigente, as imagens do interior dos veículos serão enviadas
para o centro de operações construído no Terminal Alvorada, na Barra da
Tijuca (Zona Oeste do Rio), e, de lá, à Polícia Civil. Tudo em tempo
real, através de GPS. "Estamos criando uma central de controle para a
operação de ônibus no Rio através de imagens e posicionamento dos
veículos por GPS, que chegarão em tempo real à Polícia Civil no caso de
qualquer ação criminosa, trazendo maior segurança aos usuários",
explicou Monteiro.
De acordo com Otacílio Monteiro,
só nos quatro dias de paralisação de rodoviários, em maio, 48 foram
ônibus incendiados e 723 depredados, causando um prejuízo estimado R$
2,16 milhões e prejudicando os mais de 3 milhões de usuários diários.
Por sua vez, o presidente da comissão, deputado Marcelo Simão (PMDB),
pretende discutir com o Tribunal de Justiça e o Ministério Público o
enquadramento de vândalos em crimes mais rigorosos do Código Penal, na
próxima audiência do colegiado. "Quem coloca fogo em ônibus com
trabalhadores dentro está praticando uma tentativa de homicídio. Quem
joga uma pedra no vidro de um ônibus corre o risco de praticar um crime
de lesão corporal. Precisamos de punições mais rígidas para evitar esses
casos", disse o parlamentar.
Comandante do 1º Comando de
Policiamento de Área, o coronel Rogério Leitão concorda que o
enquadramento dos vândalos em crimes de menor potencial ofensivo, como
dano ao patrimônio, é o principal motivo para a reincidência dos casos:
"Os policiais só conseguem efetuar prisão em casos de flagrante e,
muitas vezes, o vândalo consegue liberação da delegacia antes do próprio
policial que o prendeu", contou o oficial. Também participaram da
audiência os deputados Dionísio Lins (PP) e Átila Nunes (PSL), e representantes do Sindicato dos Rodoviários.
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