Prefeitura aguarda laudo do Serviço
Geológico do Estado para avaliar a situação dos locais afetados
A Defesa Civil
Municipal e o Ministério Público Estadual passaram esta quinta-feira, 12,
vistoriando as áreas mais afetadas pelo temporal do dia 6 de abril e que causou
deslizamentos de terra e alagamentos em 37 bairros na zona urbana e sete
localidades no interior do município, resultando em cinco mortos e 274 pessoas
desabrigadas. O objetivo foi acompanhar as ações do Poder Público no
atendimento às vítimas da chuva e a situação das áreas mais atingidas.
Acompanharam a ação o Secretário Municipal de Meio Ambiente e Defesa
Civil, Coronel Roberto Silva, e equipe, os Promotores de Justiça Anaiza
Malhardes e Fabrício Bastos, da 1ª e da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela
Coletiva do Núcleo Teresópolis, ligados aos setores de Meio Ambiente e
Cidadania, e equipe. Foram visitados os bairros de Santa Cecília, Araras,
Rosário, Pimentel, Vale da Revolta e Prata – na cidade, e Vargem Grande,
Canoas, Varginha e Prata dos Aredes, no interior do município. Também foram
feitas inspeções nos pontos de apoio instalados na Escola Municipal Marília
Porto, em Santa Cecília, e que aloja 30 desabrigados, e no Ciep 475 Sebastião
Mello, que abriga 130 pessoas.
A Prefeitura aguarda a conclusão e liberação de relatório do Serviço
Geológico do Estado (DRM-RJ) para diagnosticar e documentar a distribuição e a
tipologia dos escorregamentos de terra, com vistas à preparação de Cartas de
Risco Remanescente. Trata-se de um mapa de cada setor de encosta e que
identifica as situações mais críticas, apontando a possibilidade de novos
movimentos e indicando a necessidade de ações imediatas, como a evacuação
prioritária.
Construções irregulares em encostas e margens de rio e invasões de áreas
de preservação ambiental foram os principais problemas detectados nos locais
vistoriados e atingidos por alagamentos e desmoronamentos de terra. Durante a
visita, os moradores foram informados sobre a necessidade das interdições
feitas pela Defesa Civil e alertados para procurar um ponto de apoio para se
abrigar em caso de chuva forte.
“O cenário é intenso em termos de destruição. Orientamos as pessoas que
não permaneçam nas casas interditadas e que, em caso de nova chuva, se dirijam
aos pontos de apoio do bairro. Os locais que tiverem solução através de obras
de contenção o laudo da vistoria da Defesa Civil informará. As casas
interditadas continuarão sem energia elétrica, para evitar que os moradores
retornem a um lugar sem condição de moradia. Mas as casas não interditadas
terão o fornecimento restabelecido, após novas avaliações”, explicou o
Secretário de Meio Ambiente e Defesa Civil, Coronel Roberto Silva.
Para a Promotora de Justiça, Anaiza Malhardes, além da intensificação da
fiscalização do Poder Público para impedir construções irregulares e invasões,
a comunidade deve ter consciência de que ao construir em locais de risco, a
pessoa fica sujeita a se tornar vítima de desastres naturais. “Não é só o órgão
público que tem que dizer ao morador que ele não pode construir em
determinado lugar. O cidadão tem que se informar, porque quem vai ser a
maior vítima é o próprio morador. Cidadania é uma via de mão dupla: direitos do
cidadão, mas responsabilidade cidadã também”, alertou.
Texto: Silvia Pimentel
Fotos: Marco Esteves
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