Professores da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e integrantes
do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ),
realizaram nesta quinta-feira uma manifestação em frente à prefeitura, no
centro da capital fluminense, reivindicando itens como o reajuste salarial de
20% e plano de carreira unificado. Em função da manifestação, as
escolas municipais tiveram uma paralisação de 24 horas.
A coordenadora do Sepe, Susana Gutierrez, explicou que um dos principais
motivos da paralisação é a luta contra a política educacional da prefeitura. De
acordo com Suzana, o município do Rio institui o planejamento e a avaliação de
alunos obedecendo métodos que são impostos por fundações, organizações não
governamentais (ONGs) ou institutos privados, "transformando as escolas em
fábricas" e perdendo sua autonomia pedagógica.
"Parte da verba que deveria ir para a educação, vai para institutos
e fundações privadas. A gente acredita que isso não melhora a aprendizagem dos
alunos, pelo contrário, são projetos que negam conhecimentos para eles. Nós
temos uma luta em defesa da escola pública", acrescentou.
Ainda segundo a coordenadora do Sepe, cerca de 500 crianças com idade
média de 5 anos, que estudam nos centros integrados de Educação Pública (Cieps)
do Complexo da Maré, na zona norte da cidade, ainda não começaram o ano letivo
por falta de professores, merendeiras e agentes auxiliares de creche, que não
foram convocados pela prefeitura.
Suzana ressaltou que à medida que as escolas tentam solucionar um
problema, outros vão surgindo. "É só a prefeitura convocar que esses
profissionais podem ir para a escola. Em alguns casos, somente um professor
atende duas turmas. Os alunos em vez de terem as quatro horas e meia letivas,
que deveriam ter, eles estão tendo duas horas e quinze minutos. Isso não ajuda
os profissionais, pois ficam sobrecarregados, e nem o desenvolvimento pleno
desses alunos", disse.
Já o professor de história da rede municipal de ensino, José Luiz de
Souza, destacou a carga excessiva de trabalho segundo ele, em 1.056 escolas municipais há
somente três merendeiros por turno para servir as refeições. "Já que nós
vamos ter a Copa do Mundo e a Olimpíada nessa cidade, a gente queria pelos
menos uma resposta digna, condizente com os mega eventos que irão acontecer
aqui. Se estão tendo gastos vultosos com esses megaeventos, nós queremos também
que aconteça gastos vultosos no campo da educação. É o que não vem acontecendo
e a prefeitura nem sinaliza melhorias", protestou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que apenas 1,2% dos
professores e 0,43% dos profissionais de apoio aderiram à paralisação turno da
manhã. Já no turno da tarde, a adesão foi de 1,4% professores, de acordo com o
órgão.
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