ANS divulga correção bem acima da inflação para 8
milhões de clientes em todo o País. Mensalidade de agosto vai chegar com novos
valores a serem pagos
Clientes
de plano de saúde podem preparar o bolso. A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) divulgou ontem o índice de 7,93% para o reajuste das
mensalidades para o período de maio deste ano a abril de 2013. A medida atinge
a cerca de 8 milhões de usuários convênios médicos em todo o País.
O
percentual recebeu críticas de entidades de defesa do consumidor por ficar bem acima da inflação
— o INPC atingiu 4,86% nos últimos 12 meses — ou até mesmo da poupança, que
rendeu 7,37% no mesmo período. Conforme a ANS, serão reajustados todos os planos
contratados após 1º de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9.656/98.
Gerente-geral
Econômico Financeiro de Produtos da ANS, Rosana Neves destacou ainda que alguns
contratos, firmados até 1º de janeiro de 1999, também podem ser reajustados
pelo índice divulgado pela agência. “Isto ocorre quando as
cláusulas não indicarem expressamente o índice de preços a ser utilizado para
reajustes das mensalidades ou o critério de apuração e demonstração das
variações consideradas no cálculo do reajuste”, acrescentou.
A
Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) apontou que o
beneficiário, cuja data de reajuste anual é maio, será penalizado porque terá
que pagar as mensalidades de agosto a outubro acrescidas
dos valores retroativos a maio, junho e julho.
Já a
Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 das
maiores operadoras de saúde, também criticou o índice, mas por considerar que
ficou abaixo da inflação dos custos médicos. Segundo a entidade, esse
percentual no período foi de 11,6%.
Consumidores
criticam reajuste e atendimento ruim
O agente
de segurança particular Eliseu Francisco, 51 anos, paga plano de saúde para ele
e mais dois familiares e contestou o valor cobrado pelas operadoras. “Eu pago
cerca de R$ 45 em plano individual para minha família, mas acho um absurdo um
aumento tão abusivo. No geral, as operadoras já têm pacotes com preços bem
altos”, reclamou Eliseu.
Especialista
em Direito à Saúde, a advogada Melissa Areal Pires afirma que a assistência à
saúde está cada vez mais cara. “O índice deste ano é superior ao do ano passado
e vem crescendo cada vez mais desde 2008. É surpreendente que o percentual de
7,93% seja superior ao rendimento promovido pela caderneta de poupança, que nos
últimos 12 meses remunerou 7,37%” disse.
De acordo
com a advogada, as reclamações na Justiça contra os planos aumentam cada vez
mais: “São consumidores insatisfeitos com descredenciamentos abusivos de
hospitais e médicos, negativas de atendimentos e a demora na autorização de
tratamentos emergenciais”, criticou.
A Justiça
do Rio criou as chamadas ‘Câmaras de Resolução de Litígios de Saúde’, somente
para tratar dos problemas envolvendo os consumidores e as operadoras de saúde.
fonte: O Dia
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