segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Teresópolis nos Jornais (Íntegra de matérias publicadas nos sites dos jornais) 13/08/2012


      Jornal do Brasil


Parque Nacional da Serra dos Órgãos estará no Projeto Copa da ICMBio
Ideia é oferecer aos viajantes que amam o ecoturismo estrutura adequada durante a estadia.

Com 20.024 hectares nos municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) será uma das 27 áreas de conservação entre as 68 do país que participará do Projeto Parques da Copa, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente.



O objetivo é oferecer estrutura adequada aos viajantes amantes do ecoturismo. Não é para menos. São 130 km de aprazíveis trilhas, com maior ou menor grau de dificuldade, onde se podem apreciar mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas, 462 espécies de aves, 105 mamíferos, 103 anfíbios e 83 répteis diferentes. O inverno é o período ideal para desbravar essa generosa natureza, em função dos baixos índices pluviométricos. A temperatura, no entanto, em geral desce a abaixo de zero.



Criado em 1939 para proteger as excepcionais paisagens e biodiversidade, o Parque tem três sedes, em Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim. De fácil acesso para os cariocas, que gastarão cerca de 2h para chegar à sede de Petrópolis, com acesso pelo distrito de Corrêas, ela dispõe apenas de um centro de visitantes, sem estacionamento ou área de camping.



A região, onde ficava a fazenda do empresário Franklin Sampaio, é ocupada por produtores de verduras e flores e se chama Vale do Bonfim. Uma pequena igreja com estilo espanhol, batizada de Nossa Senhora do Bonfim, foi construída pelo filho de Franklin, Jorge, para seu próprio casamento. Hoje a comunidade mantém o templo com capricho e há bastante procura para casamentos bucólicos.



O Poço Paraíso, a apenas 600 metros da entrada, encanta os visitantes com suas águas cristalinas e geladas. Depois de se cadastrar na entrada, quem entrar tem de pagar uma taxa simbólica para ajudar na conservação do Parque – além de deixar seu nome na portaria para controlar o acesso e evitar desaparecimentos.



O investimento parece compensar. As trilhas estão muito limpas e bem cuidadas e podem ser exploradas por vários tipos de frequentadores. Há aqueles que desejam apenas um mergulho purificador no Poço Paraíso, as caminhadas, porém, têm tamanhos e dificuldades, para todo tipo de paladar.



Em cerca de 1h30, o visitante alcança o Véu da Noive, maior queda d’água do Parque, com 35m de altura. Com outra hora de caminhada ele chegará ao Queijo, local a mais de mil metros de altitude com deslumbrante vista panorâmica para o vale. E os de melhor preparo podem atingir o Pico Açu, com mais de 2.000m de altitude, a 8km da portaria, ou cerca de seis horas de íngreme caminhada.



Lá em cima, o Parnaso mantém um chalé para brigar os visitantes, que terão de transportar apenas saco de dormir e alimento para garantir a estadia. A vista, que alcança o Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara, é de perder o fôlego. O local é disputado e as reservas têm de ser feitas com antecedência no site WWW.icmbio.gov.br/parnaso.



As alternativas não param por aí. Há ainda a travessia Petrópolis-Teresópolis, com 30 km de extensão pelo topo das montanhas. Ao longo de todo o percurso, que termina na sede de Teresópolis, debruça-se uma vista sensacional.

Quem quiser dormir no Vale do Bonfim dispõe de suas alternativas de hospedagem. A Vila do Açu é um bed &breakfast, com diária para o chalé de casal por R$ 180, com café da manhã. Já o Paraíso do Açu cobra de R$ 240 ao casal em apartamento a R$ 335 no chalé luxo, também com café da manhã.


Extra:

Pais que perderam filhos na tragédia da Região Serrana reviveram a dor do luto



Mais do que centenas de vidas, a tragédia da Região Serrana levou consigo a alegria e o prazer de muitos sobreviventes. A chegada de datas comemorativas traz, para essas famílias, a certeza de reviver os momentos de dor. No Dia dos Pais, no lugar de festas, inúmeros lares viveram apenas mais um dia de luto.

No segundo ano sem a primeira filha, as cenas da tragédia continuam nítidas e fortes na memória do lavrador Marcio Rimeis. Das últimas lembranças de Maiara Rimeis, ele lembra do seu desejo de ter o próprio quarto. Marcio havia acabado de construir o cômodo, na parte de trás da casa, no bairro de Pilões, em Friburgo, quando, na madrugada de 12 de janeiro de 2011, uma enxurrada de lama derrubou todas as paredes. Os móveis, recém-comprados, ainda estão debaixo dos escombros, a alguns metros da nova casa do lavrador, primeiro local visitado no Dia dos Pais.



— Nem as recordações dela ficaram. Somente aqui ainda consigo encontrar alguns objetos que restaram.

Apesar de ter outros dois filhos — um deles, uma menina que nasceu 11 meses após a morte de Maiara — no dia de ontem, ele lembrava apenas da noite em que retirou a menina, na época com 11 anos, debaixo da terra.

— Hoje revivo a cena da minha família, reunida do lado de fora da casa, nos abrigando do desastre, com o corpo da Maiara do lado. Ainda acreditávamos que ela estava viva — diz o lavrador.

Se para Marcio as últimas lembranças são do resgate da filha, feito pelos próprios braços, Sebastião da Silva, morador de Campo Grande, em Teresópolis, ainda vive o drama de não saber onde foi parar o corpo do filho, Ronis Pinheiro, então com 40 anos. No dia de ontem, sem vontade de comemorar a data, desejava apenas informações:

— Já perdi o meu filho, e agora não há mais sentido o Dia dos Pais. Só queria saber onde ele está.



Resultados obtidos serão avaliados



Serão avaliados, hoje, os resultados obtidos na Região Serrana, até agora, pela força-tarefa criada por determinação da ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O grupo — formado por advogados, psicólogos e assistentes sociais — tem a missão de ouvir as famílias vítimas da tragédia, prestar consultoria jurídica e levantar informações sobre os desaparecidos.

Profissionais de três Centros de Referência em Direitos Humanos (CRDH) — responsáveis pelo trabalho de apoio às vítimas das chuvas — vão apresentar relatórios preliminares sobre os casos apurados na região até o momento, para definir quais serão os próximos passos durante a semana.

Em Juiz de Fora, está marcada uma reunião de avaliação com o diretor de Promoção da Secretaria de Direitos Humanos, Gabriel Rocha. Já em Petrópolis, o encaminhamento dos casos será feito pela internet, via Skype, com representantes do órgão em Brasília. E o coordenador do CRDH de Nova Iguaçu vai apresentar os dados pessoalmente em Brasília.

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