sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Reitor da Uerj suspende férias de 2013 e pede explicações à PM

Ricardo Vieiralves afirmou que, enquanto a greve não acabar, dificilmente PL da dedicação exclusiva irá para a Alerj
                              
Ricardo Vieiralves, reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), determinou a suspensão de marcação de férias de funcionários técnico-administrativos e professores da instituição para 2013. A medida ocorre em virtude da paralisação, deflagrada no dia 11 de junho pelos docentes e, no dia 19 daquele mesmo mês, pelos funcionários. Apesar de mais de dois meses de atividades suspensas, os 200 dias letivos, previstos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), serão cumpridos, garantiu o reitor.

“A legislação obriga a ter 200 dias letivos independente do ano civil. O que significa que as aulas se estenderão até janeiro, fevereiro, o tempo que for necessário. Vou suspender a marcação de férias para 2013 de funcionários administrativos e professores. A legislação obriga a se fazer reposição. Nesse ano, todos os professores já tiraram férias e as do ano que vem serão concedidas conforme a conveniência da instituição e do calendário acadêmico.”

Vieiralves também informou ter encaminhado ofício ao Comando da Polícia Militar solicitando apuração do caso de invasão do campus Maracanã da instituição por parte de policiais militares da tropa de choque, ocorrido na tarde da última quinta, dia 23, após manifestação de estudantes e grevistas.

Segundo o reitor, o pedido foi para que o reitor ou vice-reitor sejam consultados antes de qualquer ação por parte de policiais no campus da instituição. “Enviei um ofício ao comando da Polícia Militar porque, num momento de conflito e contradições, é preciso ter calma e tranquilidade. A polícia não pode entrar no campus da Uerj sem autorização do reitor. Ali não é uma praça, não é uma rua, é uma instituição. Resolvemos a maior parte dos nossos conflitos internamente. O reitor e toda a universidade foram surpreendidos com a entrada da Polícia Militar no campus. Não houve nenhum dano. Mas, para evitar futuros problemas, pedi que não faça isso sem autorização expressa do reitor”, disse Vieiralves.

O reitor da Uerj esclareceu, ainda, que aguarda a posição da comunidade acadêmica a respeito do projeto de lei sobre a dedicação exclusiva dos professores, cujo teor foi divulgado pelo governo estadual no início desta semana. O material está disponível na página eletrônica da instituição. Entretanto, reiterou que o projeto será enviado à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) somente após o fim da greve.

“O governador apresentou o projeto de lei que vai enviar à Alerj sobre a dedicação exclusiva. É um projeto fabuloso. Espero a decisão da comunidade com relação ao futuro. O governo não encaminhará o projeto à Alerj enquanto a universidade estiver em greve”, frisou.

Folha Dirigida/Alessandra Moura Bizoni


Nenhum comentário:

Postar um comentário